Um dia desses parei para refletir sobre minhas frustrações...

Primeiro pensei: Porque às vezes espero e desejo tanto algumas coisas e quando as consigo elas simplesmente perdem a graça? Passaram então pela minha mente, algumas teorias. Primeiro imaginei o mais óbvio, pensei que se tratasse pura e simplesmente da ambição do homem. Aquele desejo incansável de sempre possuir mais, e a sensação de nunca se sentir realizado.

Depois imaginei então que fosse porque durante a batalha e a busca você vive coisas inesquecíveis, aprendizados fundamentais. Durante a caminhada você deixa lágrimas, sorrisos, medos, abraços. E quando você finalmente alcança sua meta, percebe que no caminho ficaram coisas bem maiores. Aí vem aquela sensação de querer algo novo, não porque que você realmente precise de um novo fim, mas porque no fundo você precisa é de mais uma história. Achei essa conclusão interessante e dei a ela um valor louvável. Afinal, a vida é uma eterna busca e é no meio dos caminhos que encontramos os maiores tesouros. No fim, nossos objetivos acabam se tornando um pretesto.
Já ouvi algumas pessoas dizerem que a melhor parte da festa é esperar por ela, e eu mesma já repeti essa frase inúmeras vezes. Mas também acredito que existem festas das quais nós nunca nos esquecemos, e geralmente essas, são aquelas pelas quais nós nunca esperamos.

Por fim, mas nunca menos importante, a minha última conclusão. Algumas coisas perdem a graça, simplesmente porque graça é algo que elas nunca possuíram. Por várias vezes nós colocamos nossa felicidade em projetos, objetos e pessoas. E acreditamos mesmo que são essas coisas que vão nos fazer felizes. E se o projeto não der certo? E se o objeto for roubado? E se a pessoa for embora? O incrível é que geralmente essas coisas acontecem, ou sempre acontecem. Esses fatores podem sim nos proporcionar momentos de felicidade, mas será que algum deles pode nos FAZER felizes? Eu já não acredito nisso. Não porque não acredite nas pessoas ou não tenha sonhos, mas porque não faço mais deles os protagonistas da minha história.
Estou aprendendo a esperar em Alguém realmente grande e com verdadeira graça, e tenho adimirado a forma como este oleiro molda seus vasos de barro.
Tenho aprendido a ser feliz comigo mesma principalmente quando eu vejo as minhas maiores misérias. E é olhando pra mim mesma que eu aprendo a não esperar nada do mundo e a não cobrar nada de ninguém.
É bem melhor assim, sem grandes decepções, aprendendo a amar o imperfeito, experimentando as melhores surpresas. Enfim, vivendo plenamente cada pedacinho dos caminhos de um sonho que não termina aqui...

Sarah Castro.