
"E que a força do medo que tenho, não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo o que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio.
Que a música que eu ouço ao longe, seja linda, ainda que tristeza
Que o homem que eu amo seja sempre amado ainda que distante
Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade"... (Oswaldo Montenegro).
Era mais ou menos assim, quando eu tentava lutar fervorosamente contra os meus medos.
Eram mais ou menos assim minhas preces, e era assim que me sentia.
E olha só, talvez eu nunca tivesse percebido isso, mas eu posso ser FORTE.
E do que eu tinha tanto medo? Afinal, o que poderia ser quebrado? Quem?
Não, a vida é muito mais do que juntar os pedaços.
É também pintar quadros, muros e calçadas.
E se por um acaso você borrar a tela hoje, amanhã haverá uma tela em branco.
E mesmo que borre, quem disse que está tudo perdido? Afinal, vai ter deixado de ser arte?
Felizmente não somos totalmente iguais aos vasos. Quebramos sim, mas depois de colados não nos tornamos mais vulneráveis, muito pelo contrário.
"Eu andava meio estranha
Sem saber o fazia, eu não sei
Se era feliz.
Eu achava que tamanho tinha a ver com poesia, eu não sei
A vida inteira eu deixei a vida entrar no nariz." (Oswaldo Montenegro).
Mas depois de algumas idas e vindas, sonhos e desilusões. Eu cheguei!
Cheguei até mim, me encontrei, ME APAIXONEI!
Eu ainda grito e calo, penso e falo, mas, brindo à vida todos os dias. À essa vida cheia de dias lindos, e sorrisos francos.
E pra quem diz que o mundo é cruel e as pessoas mais ainda... Desculpa, mas acho que tenho vivido num mundo estranho e com pessoas esquisitas, pois não tenho visto nada disso por aqui.
E agora, nas vezes em que choro, meu céu vira um mar de aquarela na minha tela. Se você pudesse ver, um pedacinho sequer desse mar. Ah! Daria mais valor às lágrimas.
Tenho pintado com vontade, usando todos os lápiz da caixa, e pensando que a tela de amanhã será ainda mais bonita.
O que mais vejo nas minhas telas hoje são cores, e o som que eu mais ouço, é o som dos fogos de artifício.
Porque é mais ou menos assim que tenho me sentido ultimamente: uma palhaça em pleno reveillon!
Sarah Castro.